— Você ouviu isso? — Wander comentou, se escondendo um pouco em sua capa.
— Sim, claro que ouvi — Marcelo assentiu — Não sou surdo. E eu sinto sete pessoas atrás de nós. O oitavo não é humano.
— Não. Três deles não são humanos — o anjo corrigiu — Isso pode ser um problema. Sinto uma força ridiculamente grande vindo de todos eles. Sugiro uma retirada, Mestre.
— Hm... — Miss fazia cálculos mentais, no topo de uma árvore — Somos em quinze. Eles são em oito. A diferença entre poderes é ridiculamente forte. E... Eles tem um deles.
Um silêncio penetrante tomou conta da clareira. Não se falava o nome desse tipo de ser, porque até mesmo a nomenclatura faz alguma coisa ruim acontecer, de tão maligno que é a criatura.
— ... Tem certeza? — Marcelo se levantou, embainhando a espada — Se esse for o caso, só podemos voltar pra nossa Fortaleza.
— Absoluta. Nunca vou me esquecer dessa aura negra — Wander estremeceu — Só me pergunto por que a aura da criatura parece a de um anjo, por parte...
— Você disse... Que parece... Um anjo...? — Pulguent Y. perguntou. Sim, outro mercenário — Tem algo de bem errado nessa história — o robusto bárbaro apoiou seu cajado no chão, enquanto arrumava seus óculos escuros — Isso não me cheira bem.
— Por que acha isso? — o cavaleiro negro perguntou, levemente intrigado.
— Estou falando sério. Não está cheirando bem. Vai tomar uma ducha ou algo do gênero, Miss — o bárbaro bocejou — Quanto a ter algo de errado... Eles não tinham um demônio na lista, pelo que meus informantes me disseram.
— O que quer dizer que eles logicamente não devem saber que é um deles — o anjo assentiu — Isso pode ser um problema pra eles. Devemos ajudar?
— Negativo — Marcelo tirou umas pedras, parecidas com obsidiana, do bolso — Nós vamos voltar. Vocês sabem o problema que isso pode dar se nós interrompermos o plano da criatura.
— Hm... — Wander ajustou sua capa — Eu vou ficar.
— Eu também — Pul juntou.
— Contem comigo — uma outra figura encapuzada se pôs de pé. Todos ficaram olhando, meio de lado, mas logo assentiram de leve.
— Eu sugiro que a Miss fique — o bárbaro comentou — O cheiro dela deve abater qualquer inimigo já longe.
— Cale a boca, Quatro Olhos — Miss bufou — Como se você soubesse o que é um chuveiro.
— Sem tretas, mocinhas — Marcelo ia entregando as pedras pra cada um que ia sair — Nós temos que sair e deixar que eles façam seus Mártires em paz.
Todos os que receberam as pedras assentiram, bem devagar. A Guilda Os Cavaleiros Illuminatis do Inferno, apesar do nome, realmente levavam Mártires a sério. Se alguém ia morrer por uma causa nobre, o nome desse alguém ia ser lembrado eternamente pelas histórias e lendas.
Quando os 11 pilares de luz sumiram, Pul, Wander e os outros dois encapuzados notaram que poderiam ter cometido um erro grave.
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