domingo, 28 de fevereiro de 2016

Tales of A801 - Chapter 6 - O Início do Fim.



Flashback

— Estamos aqui reunidos hoje para presenciar a união entre R e J...

Tudo parecia um sonho muito... Psicótico. A visão de quem via esse flashback era embaçada por sangue. Depois de um tempo, o fundo mudou pra o que aparentava ser uma casa. Um homem e uma mulher eram visíveis, e eles estavam aparentemente felizes. O homem claramente era Jonas. Dava pra identificar pelo cajado. Quem era aquela mulher?

A cena mudou novamente, para uma guilhotina. A mulher estava com o pescoço já na guilhotina. A lâmina caiu e se quebrou contra o pescoço da jovem. Toda a multidão reunida ali parecia estar gritando "Bruxa! Bruxa! Bruxa!".

E, uma última vez, a cena mudou. Uma fogueira ao redor de um poste, e uma mulher sendo engolida pelas chamas. Os lábios dela pareciam gritar "Me vingue".

Fim do Flashback

Jonas parou o tempo e parou pra pensar. Ele teve essa Flashback justo agora? No meio de uma batalha que iria definir o destino do universo? Algo estava influenciando sua mente. Pense rápido, Jonas. Você não tem todo o tempo do mundo. 

Nesse exato momento, o tempo voltou ao normal.

E a chuva negra começou a cair.

Preuclides já estava se transformando em sua forma demoníaca. Eles sabiam que não podiam parar o processo, então precisavam se preparar.

— Mys.

— Oi? — ela se apoiou em seu Cajado, enquanto olhava para aquela esfera negra onde antes estava Preu.

— Prenda ele o mais forte que você conseguir. Vamos precisar chamar ele.

— Não é necessário. Você sabe bem disso.

— Não podemos arriscar nada...

Hugo já tinha recuado pro meio da floresta. Ele podia sentir toda a energia negra que pulsava naquela esfera, e o terror tomou conta do corpo do vampiro, que caiu desmaiado. Nera foi checar o estado de Hugo, e se teleportou de volta com ele para o Palácio.

— Vocês não precisam chamar quem já está aqui.

Uma sombra negra saltou pelo ar, acertando instantaneamente a esfera negra, que foi partida ao meio. Em seguida, o que agora parecia ser um vulto começou a desferir golpes em uma velocidade ridícula contra o resto da esfera e do Preuclides meio-demônio que acabou caindo de lá de dentro.

— Você não cansa de fazer as melhores entradas, não é mesmo, Marcelo? — Angel suspirou, e começou a rir baixo. Talvez tivessem uma chance, afinal.

— ... Merda.

Essa voz veio de Miss, que estava recuando aos poucos.

— Marcelo, volte. Você fez merda.

— Não ouvi o que você disse — Marcelo gritou, aterrissando no chão. O "clack" que sua armadura negra fez ao encostar no chão já mostrava a quantidade de poder que ele estava segurando.

— EU DISSE VOLTE AQUI! NÃO QUERO FICAR VIÚVA TÃO CEDO! VOCÊ INTERROMPEU O CICLO DE TRANSFORMAÇÃO DELE. ELE ESTÁ MAIS INSTÁVEL. MAIS PODEROSO.

Marcelo só descobriu isso na última hora: Uma explosão negra surgiu do ombro direito da forma semi-humana, e saiu feito um "kamehameha". Aquela força era ridícula, e não tinha como aguentar aquilo por mais de 5 segundos. O Cavaleiro Negro se teleportou pra fora da circunferência do raio, e prosseguiu com mais dois ataques ridiculamente fortes contra o corpo de Preuclides, que foi lançado com força total contra uma montanha ali perto. O escudo dele estava derretendo.

— Ele não vai aguentar por muito tempo... — O Viajante sussurrou pra outros três vultos, que assistiam a batalha de longe — Mas a profecia deve ser cumprida...

Preuclides retornou para sua esfera negra, na montanha mesmo. Marcelo lamentava sobre o prejuízo que tinha lhe sido causado. Aquele escudo custou milhares de rubis.

— Não podemos chamar ninguém? — Pulguenty girava Martelinho-kun — Não quero usar o Martelinho-kun contra um bicho feio desses.

— Negativo — Ned comentou — A melhor opção agora é recuarmos. Pelo menos até um dos dois morrer.

Nesse exato instante, Jonas notou seu erro fatal. O corpo de Preuclides nunca esteve dentro daquela esfera. Seu Insight só notou isso nesse momento. Ele olhou ao redor, apenas pra ver uma lâmina negra atravessando sua garganta. No momento seguinte, não pôde ver mais nada.

Ned ia ter o mesmo destino, mas um vulto estava no caminho, e parou a espada do Demônio com uma... Guitarra. O impacto fez algumas árvores perto saírem voando. Isso inclui o Ned.

— Ay. Não se fazem mais combatentes como antigamente — cada palavra dele soava como uma melodia — Ey, Marcelin-san — se referindo à Marcelo — Ess frangote fugyu de você?

— Acho que isso é óbvio — Marcelo estava rindo — Volte aqui, viadinho.

As etapas seguintes da batalha não eram visíveis pra olho algum. A velocidade de ambos era tão insana que olho nenhum conseguia acompanhar. As únicas coisas visíveis eram sangue voando nos ataques que obtiveram sucesso, e os inúmeros rastros no ar que ambas as espadas deixavam. Depois de mais ou menos dois minutos assim, alguma coisa abriu uma cratera na montanha. Para o desespero de todos, era Marcelo. Sua armadura já não existia mais. Apenas seu pijaminha de ursinhos que usava por baixo da armadura mantinha ele longe da completa nudez. Graças à Deus, todos pensaram.

E Preuclides saiu voando contra a montanha novamente, dessa vez a trespassando, e sendo arrastado pelo chão por mais de um quilômetro e meio.

— Você devia ter acabado isso logo, Bardo — um vulto que usava uma espada longa de folha dupla em uma mão e um escudo de forma estranha na outra comentou. Parecia ter sido ele que desferiu o golpe.

— Desculp', Cavaleir', mas's eu est'ava me divertindo.

— Você ainda brinca com fogo? — Cavaleiro parecia estar rindo nesse exato momento — As Capivaras tem nojo de você.

A conversa amigável foi interrompida por uma súbita troca de dia para noite. Quer dizer que a merda já tinha sido feita. Preuclides avançou com toda a velocidade contra Cavaleiro, que usou o Escudo como se fosse uma arma contra o demônio. Foi super efetivo. O demônio saiu voando novamente.

— O fator de cura dele é ridiculamente alto — o terceiro vulto comentou do topo da montanha, enquanto apontava seu arco para Preu — Não adianta ficar fazendo isso o dia todo, Cavaleiro.

— Sim, reparei nisso agora, Arqueiro — o segundo vulto bocejou, enquanto avançava entre pulos na direção do demônio. Uma gaiola de magia negra se fez ao redor dele. Ao tentar acertar uma das barras, Preu tomou um choque equivalente a +- 10 raios.

— O jeito então é acertar ele com tudo de uma vez — o quarto vulto apareceu, levemente pra esquerda da gaiola — Mas não nesse universo... — em um estalar de dedos desse vulto, Marcelo voltou a respirar, mas tossindo sangue. Miss rapidamente foi cuidar dos ferimentos dele — Vamos pra algum maior.

— Tem certeza, Engenheiro? — Arqueiro já tinha uma flecha pronta.

— Sim — ele completou, olhando pro corpo de Jonas no chão — O D já decidiu quem ia morrer e quem não ia.

— Vam's de un' vez — o Bardo comentou, mantendo o mesmo ritmo que Cavaleiro, com sua guitarra apoiada em seu ombro.

— ... Mas que merda acabou de acontecer? — Mys parecia "um pouco" intrigada? Não. Mindbug completo. A mesma coisa valia pros outros.

Uma espécie de "flash" branco tomou conta dos olhos de todos presentes ali. Meio segundo depois, os cinco tinham sumido.

E quatro segundos depois, um corpo apareceu, caindo do céu. Parecia um raio negro descendo na frente da luz da lua.
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